Por volta do Século XII, os pensadores da escolástica
tiveram acesso a uma parte importante da obra de Aristóteles. A partir de
então, as teorias aristotélicas sobre física e astronomia passaram a servir de
fundamento para o geocentrismo.
A própria experiência cotidiana servia de confirmação para o
engano de que a terra seria imóvel e que
os astros orbitariam ao seu redor. De fato, quando observamos daqui debaixo o
movimento do sol e da lua, eles parecem realmente circundar o nosso planeta.
Frente às resistências dos conservadores e à violência da
Igreja, a punição era certa, e por vezes impiedosa, para aqueles que ousassem
defender ideias contrárias à bíblia. Entretanto, aos poucos uma nova visão
sobre o mundo natural se tornou possível com o abandono de certos dogmas. Se
pudermos eleger um Século que tenha sido marcado pelo surgimento de pensadores
que viriam a revolucionar a forma como o homem comum vê o mundo, ele certamente
seria o Século XVII.
No cerne desse processo de transformações estão os debates
em torno do geocentrismo, defendido tão arduamente pelas autoridades da
inquisição, mas colocado em cheque pelas teorias dos cientistas que propunham
um modelo radicalmente diferente, o heliocentrismo.
Existem dois mundos distintos, cada um com leis que lhes são
próprias. A ideia de uma lei natural válida universalmente, ou seja, para a
Terra e os demais corpos celestes, não condiz com o modelo adaptado de Aristóteles
pelos medievos. Para a conveniência da Igreja Católica, o modelo adotado por
eles sustenta a existência de uma cadeia de seres perfeitos entre Deus, a
suma-perfeição, e os anjos. O mundo sublunar, portanto é imperfeito e
corruptível.
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